Políticas públicas na economia brasileira pós-2003: do auge à crise

Carlos José Espíndola

Resumen


A economia brasileira apresentou, no período pós-2003, dois momentos distintos. Um deles, entre 2003-2011, em que os indicadores macroeconômicos se mostraram positivos, constituindo-se como um ciclo de crescimento, e outro, pós-2011, caracterizado pelo baixo desempenho dos mesmos indicadores. Se entre 2004 e 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) da economia brasileira cresceu de 5,8 % para 7,5 %, entre 2011 e 2015, declinou de 3,9 % para -3,8 %. Assim sendo, este texto tem como objetivo desvendar quais foram as principais políticas públicas, pós-2003, que influenciaram no dinamismo e na crise econômica brasileira. A conclusão geral é que a fase expansiva (2003-2011) e a fase recessiva (2011-2016) foram frutos da combinação de diferentes fatores internos e externos. Para análise dos fatos, recorreu-se à revisão bibliográfica e à coleta de dados, nos relatórios do Banco Central, do BNDES, entre outras instituições, a fim de apresentar um cenário da economia brasileira pós-2003.

RECIBIDO : diciembre, 2017 ACEPTADO : junio, 2018


Palabras clave


Políticas públicas; economia brasileira; economia mundial; ciclo de crescimento; crise econômica

Texto completo:

PDF

Referencias


ASSOCIAÇÃO DE COMÉRCIO EXTERIOR DO BRASIL (AEB). 2012. Radiografia do comércio exterior brasileiro: passado, presente e futuro. Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em: http://www.aeb.org.br/. [Consulta: janeiro, 2016].

AGÊNCIA BRASILEIRA DE PROMOÇÃO DE EXPORTAÇÕES e INVESTIMENTOS

(APEX). 2011. Análise Apex-Brasil: conjuntura e estratégias. Disponível em: http://www.apexbrasil.com.br/. [Consulta: janeiro, 2017].

ARAUJO, T. B. 2013. “Desenvolvimento regional brasileiro e políticas públicas federais no governo Lula”. In: E. SADER (Org.). 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil:Lula e Dilma. pp. 157-172. Boitempo, Flacso. São Paulo; Rio de Janeiro, Brasil.

BAHIA, L. 2010. “A saúde em banho-maria”. Os anos Lula: contribuições críticas para um balanço crítico 2003-2010. pp. 351-368. Garamond. Rio de Janeiro, Brasil.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. 2015. Anuário Estatístico do Crédito Rural. BACEN. Brasília, Brasil. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/. [Consulta: março, 2017].

BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL (BNDES). 2017. Livro Verde. Nossa história tal como ela é. Rio de Janeiro. Disponível em: https://web.bndes.gov.br/. [Consulta: agosto, 2017].

BARBOSA FILHO, F. H. 2017. “A crise econômica de 2014/2017”. Revista Estudos Avançados, 31(89): 51-60. Disponível em: http://www.scielo.br/. [Consulta: Janeiro, 2017].

BARBOSA, N. e J. A. P. SOUZA. 2010. “A inflexão do governo Lula: Política econômica, crescimento e distribuição de renda”. In: E. SADER e M. A. GARCIA (Org.). Brasil: entre o passado e o futuro. pp. 1-42. Fundação Perseu Abramo. Editora Boitempo. São Paulo, Brasil.

BARBOSA, N. 2013. “Dez anos de política econômica”. In: E. SADER (Org.). 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. pp. 63-101. Boitempo. Flacso. São Paulo; Rio de Janeiro, Brasil.

BAUMANN, R. 2006. “Dilemas e perspectivas das exportações brasileiras”. In: L. C. BRESSER-PEREIRA (Org.). Economia Brasileira na encruzilhada. pp. 137-143. FGV. Rio de Janeiro, Brasil.

BRASIL. 2013. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA e ABATECIMENTO. Projeções do agronegócio do Brasil 2012/2013 a 2022/2023. Disponível em: http://www.agricultura.gov.br/. [Consulta: março, 2017].

BRASIL. 2015. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL e COMBATE À FOME. Institucional. Brasília. Disponível em: http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/institucional/.[Consulta: fevereiro, 2017].

BRASIL. 2017. MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA e ABATECIMENTO. Disponível em:http://www.mdic.gov.br/. [Consulta: maio, 2017].

BELLUZZO, L. G. 2015. A regra da economia de hoje é ‘o povo que se lixe. São Paulo, Brasil. Disponível em: http://www.revistaforum.com.br/blog/2015/. [Consulta: abril, 2017/].

BIELSCHOWSKY, R.; SQUEFF, G. C. e L. VASCOCELOS. 2014. “Evolução dos investimentos nas três frentes de expansão da economia brasileira na década de 2000”. Texto para Discussão, (2.063): 1-72.

BRESSER PEREIRA, L. C. 2017. “Como sair do regime liberal de política econômica e da quase-estagnação desde 1990”. Estudos Avançados. 31(89), pp. 7-22. Disponível em: http://www.scielo.br/. [Consulta: agosto, 2017].

CARCANHOLO, M. D. 2010. “Inserção externa e vulnerabilidade da economia brasileira no governo Lula”. Os Anos Lula: contribuições críticas para um balanço crítico 2003-2010. pp. 109-131. Garamond. Rio de Janeiro, Brasil.

COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB). 2013. “Séries históricas de produção de grãos”. Brasília, Brasil. Disponível em: http://www.conab.gov.br. [Consulta: maio, 2017].

CONTINI, E.; GASQUES, J. G.; LEONARDI, R. B. e E. T. BASTOS. 2006. “Evolução recente e tendências do agronegócio”. Revista de Política Agrícola, Brasília, 1(15): 5-28. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/. [Consulta: agosto, 2016].

ESPÍNDOLA, C. J. 2015. “Políticas públicas e a dinâmica recente da balança comercial do agronegócio brasileiro”. 2015. In: C. J. ESPÍNDOLA e C. A. A. MARTINS (Org.). Brasil: temas de Geografia econômica. pp. 43-70. Ed. Furg. Rio Grande, Brasil.

ESPÍNDOLA, C J. 2016. “A dinâmica geoeconômica do agronegócio brasileiro de carnes e soja”. 2016. In: L. P. LAMOSO (Org.). Temas do desenvolvimento econômico brasileiro e suas articulações com o Mato Grosso do Sul. pp. 19-53. Íthala, Curitiba, Brasil.

GONÇALVES, R. 2008. Crise econômica: Radiografia e soluções para o Brasil. Disponível em:http://www.ie.ufrj.br/. [Consulta: agosto, 2016].

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE.). 2015. Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Contas Nacionais. Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/contas-nacionais/pib-valores-correntes.html. [Consulta: outubro, 2017].

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE.). 2017. Diretoria de Pesquisa, Coordenação de Contas Nacionais. Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em: https://brasilemsintese.ibge.gov.br/contas-nacionais/pib-per-capita.html. [Consulta: outubro, 2017].

INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). 2015. Dados do Ensino Superior. Brasília., Brasil. Disponível em: http://portal.inep.gov.br/artigo/. [Consulta: março, 2017].

INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICA APLICADA (IPEA). 2010. Bolsa Família 2003-2010: avanços e desafios. Volume 1. Brasília. Disponível em: http://ipea.gov.br/agencia/. [Consulta:agosto, 2017].

INSTITUTO DE PESQUISAS ECONÔMICA APLICADA (IPEA). 2013. Carta de Conjuntura. N° 18. Disponível em: http://repositorio.ipea.gov.br/. [Consulta: novembro, 2017].

LACERDA, A. C. de. 2017. “Dinâmica e evolução da crise: discutindo alternativas”. Revista Estudos Avançados, 31(89): 37-49.

LEHER, R. 2010. “Educação no governo de Lula da Silva: a ruptura que não aconteceu”. Os Anos Lula: contribuições críticas para um balanço crítico 2003-2010. pp. 369-412. Vol. 1. Garamond. Brasil.

MARQUES, R. M. e A. MENDES. 2006. “O social no governo Lula: construção de um novo populismo em tempos de aplicação de uma agenda neoliberal”. Revista de Economia Política, 26(1): 58-74.

MATTOSO, J. 1999. “Produção e emprego: Renascer das cinzas” In: I. LESBAUPIN (Org.). O desmonte da nação. Balanço do governo FHC. pp. 24-56. Vozes. Petrópolis, Brasil.

NETTO, A. D. 1999. “O desemprego é âncora do Real”. Visões da crise. pp. 95-109. Contraponto. Rio de Janeiro, Brasil.

NETTO, A. D. 2015. Entrevista. Disponível em: http://www.jb.com.br/economia/noticias/2015/06/07.[Consulta: outubro, 2017].

OREIRO J. L. 2017. “A grande recessão brasileira: diagnóstico e uma agenda de política econômica”. Revista Estudos Avançados, 31(89): 75-88.

PADILHA, W. e C. J. ESPÍNDOLA. 2015. Prodecoop e Procap-agro e o crescimento das cooperativas agroindustriais da região sul. XI ENANPEGE (Encontro Nacional da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Geografia). pp. 6.187- 6.198. Presidente Prudente, Brasil (12-15 de

Outubro).

PAULA, L. F. e M. PIRES. 2017. “Crise e perspectivas para a economia brasileira”. Revista de Estudos Avançados, 31(89): 125-144.

PAULANI, L. 2008. Brasil Delivery. Boitempo. São Paulo, Brasil.

PAULANI, L. 2017. “Não há saída sem a reversão da financeirização”. Estudos Avançados, 31(89): 29-35. Disponível em: http://www.scielo.br/. [Consulta: setembro, 2017].

POCHMANN, M. 2013. “Políticas públicas e situação social na primeira década do século XXI”. In: E. SADER (Org.). 10 anos de governos pós-neoliberais no Brasil: Lula e Dilma. pp 145-156. Boitempo. Flacso. São Paulo; Rio de Janeiro, Brasil.

SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR (SECEX). 2014. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/.[Consulta: outubro, 2017].

SADER, E. 2010. “Brasil, de Getúlio a Lula”. In: E: SADER e M. A. GARCIA (Org.). Brasil: Entre o passado e o futuro. pp. 11-29. Boitempo. São Paulo, Brasil.

SANTOS, W. G. dos. 2017. A Democracia impedida: o Brasil no século XXI. FGV Editora. Rio de Janeiro, Brasil.

SCHATZ, P. V. 2017. Políticas públicas: Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o desenvolvimento brasileiro recente. III SENGES (Seminário Nacional de Geografia Econômica e Social). pp. 33-48. Foz do Iguaçu, Brasil (25-28 de Julho).

SERRANO, F. e R. SUMMA. 2015. Demanda agregada e a desaceleração do crescimento econômico brasileiro de 2011 a 2014. Center for Economic and Policy Research. Washington, USA.

SICSÚ, J. 2013. Dez anos que abalaram o Brasil. E o futuro? Geração Editorial. São Paulo, Brasil.

SICSÚ, J. 2015. “Ajuste fiscal e de ideias”. Carta Capital. Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/. [Consulta: outubro, 2017].

SINGER, A. 2015. “A (falta de) base política para o ensaio desenvolvimentista”. In: A. SINGER e I. LOUREIRO. (Org.). As contradições do Lulismo. pp. 21-55. Boitempo. São Paulo, Brasil.

TEIXEIRA, R. A. C. PINTO. 2012. “A economia política dos governos FHC, Lula e Dilma: dominância financeira, bloco de poder e desenvolvimento econômico”. Economia e Sociedade, Número Especial, 21: 909-941.


Enlaces refback

  • No hay ningún enlace refback.


DOI: https://doi.org/10.53766/RGV

La Revista Geográfica Venezolana se encuentra actualmente indizada en:

Creative Commons License
Todos los documentos publicados en esta revista se distribuyen bajo una
Licencia Creative Commons Atribución -No Comercial- Compartir Igual 4.0 Internacional.
Por lo que el envío, procesamiento y publicación de artículos en la revista es totalmente gratuito.