Contradições da sobrevivência camponesa: saber, territorialidade e trabalho numa comunidade tradicional de Minas Gerais, Brasil

Frederico Magalhães Siman, Marcelo Leles Romarco de Oliveira

Resumen


Esta comunicação objetiva tratar do processo de formação e reprodução da ‘Comunidade dos Jorges’, comunidade negra rural localizada no município de Peçanha, no Vale do rio Doce, em Minas Gerais, a partir do arcabouço conceitual que tangencia a temática das populações tradicionais e das evidências empíricas registradas in locu. Nesta reflexão, articula-se o debate ambiental contemporâneo à questão relativa à pertinência explicativa da noção de camponês (campesinato), trazendo algumas interpretações que são consideradas satisfatórias em relação à discussão sobre as sociedades e grupos sociais identificados e/ou que se autorreconhecem por meio do adjetivo tradicional. Enquanto recurso de análise se mobiliza o conjunto de atributos caracterizadores da comunidade tradicional, ao qual é incorporado a subordinação do trabalho enquanto elemento constituinte dessas comunidades. Por fim, com base nas discussões realizadas sobre a comunidade abordada, aponta-se para o paradoxo da reprodução camponesa em sua perspectiva histórica.


Palabras clave


problemática ambiental; comunidade rural negra; conhecimentos

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DOI: https://doi.org/10.53766/RGV

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